Continuação do décimo terceiro dia
Depois de subirmos o Peñón de Ifach, estávamos um pouco cansados, mas felizes, e seguimos até Dénia passando por algumas praias lindas como a Playa Fustera.
Na Cala de La Pinets aproveitamos para nos refrescarmos e nos limparmos, depois da subida até o cume do Peñón de Ifach, estávamos com as pernas um pouco sujas, de escorregarmos nas rochas e rasparmos o tênis empoeirado de uma terra avermelhada, típica de rocha calcária.
A praia é linda, mas difícil de entrar na água, já que não tem areia e nem pedras, o acesso é direto pelas rochas que tem muito limo e ficam escorregadias. Dentro da água também é um pouco difícil ficar, pois apesar de não ter grandes ondas, a ondulação que existe dificulta ficarmos parados, e existem muitas rochas irregulares, mas a água estava uma delícia.
As próximas paradas antes de chegarmos à Dénia, e às Coovas Talladas, foram basicamente para conhecer rapidamente, tirar fotos, esticar as pernas e descansar. Passamos pela Cala Advocat, Playa l'Ampolla e Castell de Moraira, e Playa del Portet. Todas muito lindas, de um azul incrível, límpidas e tranquilas.
A Cova Tallada na Reserva Natural do Cabo de San Antonio é em parte natural, e em parte criada pelo homem. A água do mar entra na caverna, criando um ambiente completamente diferente e interessante para um passeio em um lindo dia de sol. Como o nome indica, a caverna está toda talhada dentro das rochas, já que desde a época muçulmana se extraíam dela "piedra tosca", típica das construções da região.
Neste lugar foram encontrados restos do século XII, apesar de que não se descartam que tenham sido utilizadas desde épocas romanas, mas sem vestígios que documentem.
O passeio feito a partir de Dénia é mais curto e simples, e começa a partir da zona de Les Rotes. A passeio dura cerca de 40 minutos. Em Les Rotes é um pôster de madeira que indica o início da trilha, e já anuncia que a dificuldade é alta, não sendo recomendada para crianças pequenas, já que o acesso final às cavernas é um pouco complicado. O caminho é lindo, bordejando o mar até às cavernas, com umas vistas maravilhosas do Mediterrâneo.
Paramos a moto quase na entrada do passeio, deixando sob a placa de informação, numa sombra que havia. As pessoas que vem de carro precisam deixar os carros mais perto da cidade, e subir um bom trecho de asfalto a pé, já que na entrada não há estacionamento e nem é possível parar ao longo da estrada que leva até a entrada do passeio.
O início da trilha, onde tem a moldura em forma de porta retrato, é largo e fácil, ganhando cara de trilha mesmo quando chegamos ao final desta estrada e temos que descer por umas escadas de pedras. Aí o caminho fica mais estreito e por vezes perigoso, pois existem muitas pedras roladas em alguns trechos. Em outros, longas escadarias de pedras foram projetadas para facilitar o acesso.
Seguimos pelo caminho bem marcado, encontrando pessoas ao longo do passeio com certa frequência, apesar de termos chegado por volta de 16 horas, ou mais. Aproveitamos para ir apreciando a paisagem encantadora ao longo de todo o passeio.
Apesar da existência da placa indicando o caminho, o Roger desceu e voltou falando que não era por ali, pois não sabia que tinha que passar junto às rochas, perto da água e depois entra por uma pequena abertura da caverna. Então caminhamos mais pra frente, onde o caminho era pouco marcado, cheio de pedras roladas sobre as rochas.
Uns 5 a 10 minutos depois de continuarmos a caminhada resolvemos perguntar para uns rapazes que encontramos, eles nos falaram que teríamos que voltar, e descer onde a seta sinalizava, então nos acompanharam até lá.
Conseguimos achar a entrada, e não nos molhamos para entrar. Haviam algumas pessoas dentro, mas a caverna é bastante grande, e estavam todos bastante afastados uns dos outros. Reconhecemos a caverna rapidamente, e o Roger aproveitou para dar um mergulho, enquanto eu fiquei apreciando e curtindo o lugar.
A água estava um pouco fria, e para entrar era melhor saltar, pois mais uma vez não tínhamos os sapatos adequados, e pisar naquelas rochas sem o tênis era muito desconfortável e machucava. Para sair outro problema, pois saltar agora não era uma solução, mas deixei as coisas do Roger o mais perto possível para que ele pudesse sentar e colocar o tênis sem caminhar muito sobre às rochas.
O lugar é lindo, com um encanto ainda maior por ter acesso restrito, por sua singularidade impar de ter o mar invadindo as cavernas de rochas esculpidas a tantos anos. A sensação de paz é muito boa.
Em frente à Cova Tallada, no formato de uma pequena península, as rochas adentram o mar e formam uma espécie de praia, onde haviam algumas pessoas de barco atracadas que estavam mergulhando. Por trás da caverna é possível acessar esta "praia", porém por dentro da água, assim como é possível chegar até ela nadando uns 50 metros.
Voltamos para pegar a moto e seguir para o hotel, mas quando estávamos nos preparando para subir na moto, chegaram umas meninas em umas 4 motos pequenas, e o Roger teve que ajudar uma delas, a que tinha moto maior, a estacionar, pois o acesso era difícil, e a moto um pouco pesada.
Este dia ainda continua num posto apensa sobre a cidade de Dénia.... Venha conosco!!!
Recomendações:
Para esse tipo de passeio é sempre recomendado utilizar roupas confortáveis e sapatos adequados, pois o terreno é irregular e pode eventualmente causar quedas. Para entrar no mar ou andar pelas rochas, é imprescindível utilizar calçados adequados.
Se fizer calor e sol, proteja-se com protetor solar, óculos de sol e chapéu.
Para explorar o interior da caverna uma lanterna é aconselhável.
Os que gostam de mergulhar, não esqueçam o snorkel.
Lembre-se também de levar muita água, para o período que pretende ficar no passeio (se colocar a garrafa com um pouco de água no congelador no dia anterior, terá água fresca durante o passeio).
Aconselhamos levar sempre algo de comer, para repor as energias, de preferência que não suje o lugar, servindo de alimento para os animais (no lugar não existe nenhum tipo de serviço).
E mais importante, deixe o lugar limpo, recolhendo e levando consigo todo o lixo que produzir, e as vezes, se puder, até os que algumas "pessoas" possam ter deixado para trás.
E de lembrança, leve apenas fotografias. Se tiver, aqui recomendamos levar máquinas a prova d'água.
Manter este lugar mágico é responsabilidade de cada um!
Comments