Seguindo pela estrada BV-5207, alguns poucos quilômetros antes de chegarmos ao estacionamento do mirante de L'Abella, a cerca de 1:30 de carro de Barcelona, haviam na estrada alguns voluntários perguntando para onde estávamos indo, e informando que naquele momento o tempo de espera para fazer o passeio do mirante estava em torno de 30 minutos.
Chegamos ao estacionamento de terra, paramos, e vendo que chegavam conosco várias pessoas, logo fui me informar. Em frente a uma pequena tenda estavam outros dois voluntários explicando sobre a visita ao mirante. O custo por pessoa é de €2,50 podendo ser paga com cartão, e por restrições devido ao Covid-19 e como forma de preservação, a visita está limitada a 15 pessoas por vez, e por isso teríamos que esperar conforme as pessoas fossem saindo.
No local não existe nenhuma infraestrutura, e após comprar as entradas, aproveitamos para comer nossos sanduíches, enquanto esperávamos. Não demorou 10 minutos e nos chamaram para iniciarmos a trilha. A caminhada de cerca de 10 a 15 minutos de ida é tranquila, com uma leve descida é bem marcada, podendo ser feita por pessoas de todas as idades.
Um pouco antes de chegarmos no mirante um outro rapaz recebia os tickets e controlava novamente o número de pessoas. Aproveitava para dar indicações de como deveríamos nos portar no local, respeitando distância dos abismos, e não acessando a ponta do maciço rochoso devido à existência de uma falha geológica, e possibilidade de desabamento, e que a permanência naquele lugar deveria ser de no máximo 15 minutos, para que outras pessoas pudessem acessar e haver o revezamento.
O Morro de L'Abella está localizado em uma propriedade privada dedicada ao pastoreio, no término municipal de Tavertet. Após ficar famoso por uma aparição no Instagram em 2008, o ponto teve um aumento exponencial no número de visitantes, causando a deterioração e degradação da natureza, pelo abuso e mau uso de alguns. Para voltar à harmonia e tranquilidade que existiam anteriormente no local, foram tomadas medidas para que o local considerado uma Bem Natural de Interesse Local, se mantivesse preservado e continuasse aberto ao público.
A vista para as formações rochosas, com o Lado de Sau abaixo é linda, e aproveitamos para fazer várias fotos antes de percorrermos o caminho de volta, agora uma leve subida. Com relação ao Lago de Sau, este foi formado devido à construção de uma barragem na região que encobriu a antiga cidade de Sant Romà de Sau, concluída em 1962, represando as águas do Rio Ter, perto de Vilanova de Sau, na Cataluña.
Geologia. A série Paleozoica de Les Guilleries vai desde um provável Cambriano até o Devoniano, com uma sucessão essencialmente pelítica no Cambriano-Ordoviciano inferior, de tipo turbidíticos no Ordoviciano médio-superior e essencialmente carbonático no Devoniano. São observadas rochas magmáticas interestratificadas em vários níveis, sendo as mais baixas feições anfibolíticas de Osor, interpretadas como originadas por vulcanismo básico submarino. Acima são encontrados gnaisses de Les Guilleries, interpretados como derivados de intrusão ácida laminar e concordante com a estratificação. Por último encontram-se rochas vulcânicas do Caradoc, relativas a um vulcanismo ácido submarino. O metamorfismo ocorrido em duas fases foi inicialmente regional e progradante, e posteriormente de contato. Com relação à orogênese Herciniana, ocorreu a intrusão de uma série de granitóides de diversas idades e composições (https://core.ac.uk/download/pdf/39071678.pdf).
Existem várias trilhas para fazer pela região, inclusive uma que vi depois que leva a um lugar chamado La Foradada, que tem cachoeira e uma rocha com um buraco no meio.
Esse foi o ponto principal para visita quando resolvemos visitar essa região, mas encontramos outros encantos que deixaram o passeio ainda mais incrível e a viagem inesquecível. Vamos?
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