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Foto do escritorchrisbusnellofianco

Tarragona em algumas horas

Na Costa Dorada, na cidade de Tarragona encontramos o antigo e o moderno, o patrimônio e a natureza, tudo em perfeita harmonia. Banhada pelo Mar Mediterrâneo, a cidade está a cerca de 100 km a sudeste de Barcelona, na Comunidade Autônoma da Catalunha. O passado de dois milênios da cidade se percebe em cada pedra, em cada quarteirão, em cada azulejo, em cada edifício e em cada detalhe que evocam o legado romano de Tarraco, passando pelos períodos medieval, renascentista e moderno que se sucederam. Passear por Tarragona é caminhar por um museu ao ar livre, com constantes achados arquitetônicos (Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2000).


A cidade possui uma economia local marcada pela presença de multinacionais do setor químico, um porto, e modernos centros de pesquisa, além de uma boa infraestrutura turística. Tarragona abriga inúmeras festas e festivais ao longo do ano, como no mês de setembro, quando a cidade se torna palco de belas apresentações de grupos locais de pirâmides humanas (Castell), atraindo legiões de moradores e turistas. Na primeira semana de julho acontece o Concurs Internacional de Focs Artificial (desde 1321), o mais importante na área do Mediterrâneo, na Punta del Miracle.


Enquanto meu irmão estava na cidade a trabalho, aproveitei para passear a pé, e por onde andava em busca de ruínas e história, encontrava alunos de todas as idades com seus professores visitando e aprendendo sobre a história de seus antepassados in situ, com certeza uma experiência marcante e inesquecível.


Comecei meu passeio pela Praça Imperial Tarraco, e subindo pela Rambla Nova fui desviando e seguindo as principais atrações e pontos turísticos da cidade, para por fim caminhar pela cidade alta descobrindo ruínas em meio às construções modernas.


Praça Imperial Tarraco

A Rambla Nova é a principal rua da cidade, construída pelo arquiteto Crivillé a partir de 1854 nos terrenos liberados após a demolição da Muralla de Sant Joan (fortificação do século XVI), que separava o casco antigo (Parte Alta), do então expansivo Barrio del Puerto o de la Marina. Localizada no centro, possui um calçadão central com árvores, e vias de circulação de automóveis nas laterais. Acolhe terraços, restaurantes, lojas elegantes, e também a sede de diferentes corporações, e nem sempre teve o tamanho que ostenta hoje em dia, tendo passado por diferentes processos de ampliação. Nela se podem ver exemplos de arquitetura da segunda metade do século XIX e do XX, além de distintos monumentos comemorativos.

Rambla Nova

Monument als Castellers
Fonte del Centenario



Monumento Roger de Lluria




O Mercado Central é edifício modernista do ano de 1915, desenhado pelo arquiteto Josep Maria Jujol i de Barberà. Um espaço onde é possível encontrar os mais variados produtos frescos, com suas diversas lojas de carnes, frutos do mar, frutas e verduras, além de bares e restaurantes. Passei para conhecer, e segui passeando, porém voltamos para comer. Com estacionamento era uma opção rápida e fácil para comermos, pois como o Roger terminou o trabalho perto das 4 horas da tarde. Pela hora já não tínhamos muitas opções, porém no Xiringuito del Mercat fomos super bem atendidos, e apesar de não terem mais o prato do dia, ofereceram ótimas opções e nos serviram super bem, além do fato da comida estar deliciosa, com certeza recomendamos.

Interior do Mercado Central de Tarragona

Uma das entradas do Mercado Central
Xiringuto del Mercat
Callos, ou para os brasileiros bucho, mondongo

Lula frita
Gaspacho e salada

O Fórum Colonia de Tarraco é o espaço onde se desenvolviam os assuntos administrativos e comerciais da cidade romana. Os vestígios arqueológicos foram documentados a partir da segunda metade do século XIX, quando foram derrubadas as antigas muralhas renascentistas que fechavam a cidade na altura da atual Rambla Nova. As evidências de que os restos eram de grande importância provocaram, ao redor de 1920, a escavação arqueológica da parte que ainda não havia sido urbanizada e que hoje corresponde ao recinto conhecido como Foro de la Colonia.


O conjunto é formado por duas zonas separadas pela Rua Soler, e unidas por uma ponte metálica sobre a rua. Na primeira zona está a basílica jurídica, uma tribuna e restos de casas anteriores; enquanto na segunda zona encontra-se parte do Capitólio, restos de uma praça e umas casas parcialmente rodeadas por ruas, uma delas com pedras. É necessário pagar para entrar e conhecer as ruínas.

Ruínas do Fórum Colonial



Parte de colunas em ruínas


Ponte metálica que une os dois lados


A Praça de Toros de Tarragona, hoje conhecida como Tarraco Arena Plaça, é um edifício histórico de estilo modernista construído pelo arquiteto local Ramón Salas Ricomá, e que é considerado como uma das primeiras mostras do Modernismo na Província de Tarragona.

Praça de Toros de Tarragona, ou Tarraco Arena Plaça

O Teatro Romano de Tarraco é uma construção romana localizada nos arredores do complexo do Fórum da Colônia, e foi construído na época de Augustos ao final do século I a.C., como resultado da monumentalização do Fórum da Colônia, e era um dos edifícios mais emblemáticos de Tarraco. Foi utilizado até finais do século II, quando deixou de funcionar como teatro e foi destinado para outros fins. No século III, depois de um incêndio, na zona monumental anexa ao teatro foram construídos novos edifícios usando materiais do teatro. É fechado para visitação, existindo apenas uma área que serve como mirante e algumas informações sobre a atração.

Ruínas do Teatro Romano


O Balcão do Mediterrâneo localizado na ponta oeste da Rambla Nova, é um mirante situado sobre uma encosta a 40 metros de altura na margem do mar Mediterrâneo, de onde se pode contemplar uma vista panorâmica que abrange parte da cidade, o porto, a estação, o anfiteatro, a praia e a Ponta do Milagre.

Vista do Balcão do Mediterrâneo


Praça junto ao Balcão do Mediterrâneo




O Anfiteatro de Tarraco é uma edificação romana construída final do século II d.C. perto do mar, atrás das muralhas da cidade de Tarraco, hoje Tarragona, em um espaço que havia sido uma área funerária. Durante o século V, e como consequência da política religiosa dos primeiros imperadores cristãos, o anfiteatro foi perdendo suas funções originais, como luta de gladiadores ou com animais, exibições atléticas, entre outras. Não é permitido o acesso às ruínas, apenas à um mirante dentro do anfiteatro, e não é necessário pagar.

Anfiteatro de Tarraco

Ruínas preservadas em meio ao jardim

Área que abriga um bar, logo acima do Anfiteatro
Anfiteatro de Tarragona

Robert Bordet ("Principe de Tarragona") aproveitou uma antiga torre romana ainda em pé, a Torre de Pretório, para estabelecer seu castelo, iniciando um primeiro processo de colonização da cidade, dirigido por Robert, mas controlado desde Barcelona pelo arcebispo Oleguer Bonestruga, que o nomeou príncipe. Com a morte do arcebispo, e eleição de seu sucessor, a situação da cidade se complicou, e foi marcada por contínuos conflitos jurídicos entre Bordet e os seguintes arcebispos.


A Tarragona do final do século XII era um núcleo urbano consolidado, convertido em um centro diretor de um amplo território. A cidade cresceu e passou a ocupar toda a área interna do Fórum Provincial, mantendo de certa forma a estrutura arquitetônica herdada da época romana.


O Circo Romano localizado no casco antigo da cidade é um edifício romano conservado construído no final do século I d.C. no mandato do imperador Domiciano, próximo do Fórum Provincial de Tarraco, dentro do recinto amuralhado no terraço inferior da Parte Alta da cidade. Nele se celebravam os ludi circenses, fundamentalmente corridas de cavalos, e se manteve em uso até meados do século V, quando a arena foi transformada em novos espaços residenciais. Posteriormente as estruturas originais foram aproveitadas como suporte para novas construções, de forma que o circo acabou se incrustando no mesmo centro urbano de Tarragona, o que facilitou que seja provavelmente o melhor conservado do mundo.

O acesso ao Circo Romano custa 3,30 €, mas por 11,05 € a entrada vale para todos os museus e monumentos:

Circo Romano de Tarragona


Ruínas do circo romano




Ruínas se misturam com a cidade


O Casco Antigo está localizado na parte alta da cidade, coincide com o antigo fórum provincial romano. A praça interior do fórum provincial era um grande recinto retangular de 318x175 metros, rodeado por três de seus lados de uma complexa estrutura de pórticos. No interior haviam jardins e estátuas, das quais restam pedestais cm inscrições. Está rodeado pela muralha da Antiga Roma cuja longitude até o século III a.C. era de uns 4 km. Entretanto, na atualidade somente se conserva ao redor de 1 km e uma porta original. O Casco Antigo, conhecido popularmente como "Parte Alta", é hoje em dia uma das zonas mais visitadas, com diversas ruínas espalhadas por ela contando parte da história que abrigou a cidade.

Praça do Forum Provincial Romano

A Catedral Basílica Metropolitana de Tarragona, localizada na Parte Alta da cidade, é um exponente magnífico de templo religioso cristão iniciado no século XII, tendo como ano de início de sua construção 1171. Seu estilo arquitetônico está entre o romano e o gótico. Custa 5 € por pessoa a visita.

Catedral Basílica Metropolitana de Tarragona

Uma das laterais da Catedral

O Portal de Santo Antônio é uma porta da muralha construída em 1737, em pedra e mármore, uma das entradas para a Parte Alta da cidade de Tarragona.

Muralha justo ao lado do Portal de Santo Antônio

Praça do lado de fora das muralhas







Hoje, com a situação sanitária mundial (Covid-19), foram criadas diferentes ferramentas que nos permitem visitar monumentos e espaços de Tarragona sem nos movermos de casa, além de outras ferramentas que a partir do celular te ensinam e explicam os passeios pela cidade sem contato com objetos ou pessoas.


Tarragona é uma cidade imperdível para se visitar na Espanha, com tamanha beleza e história, ainda possui uma culinária excelente.



Chris Busnello Fianco

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