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Foto do escritorchrisbusnellofianco

Férias XVI - Salto de la Novia até Sant Carles de la Rápita

Décimo quinto dia


Já não tínhamos muita coisa programada, pois na viagem de ida conhecemos vários lugares ao longo do trecho que percorreríamos esse dia, saindo de Castellón até Sant Carles de la Rápita, antes do Delta do Ebro. Então o Roger olhou para fazermos um passeio em direção às montanhas, e voltar depois para o nosso destino do dia.


Foi assim que surgiu o passeio que fizemos até Navajas en Castellón, para visitar a cachoeira Cascada del Brazal, mais conhecida como Salto de la Novia, um presente da natureza, com uma lenda surpreendente para seus visitantes. A queda d'água principal tem cerca de 60 metros de altura, e a quantidade de água é maior durante a primavera e verão, período em que chove mais na região.


Placas de sinalização na cidade indicam para onde está a cachoeira

As ruas do povoado de Navajas são um charme, as casas geralmente tem terrenos grandes e hortas ou pomares. Na Plaza del Olmo de Navajas está ao ponto de partida para visitar a cachoeira. Durante os meses de julho, agosto e setembro, é cobrada uma taxa de manutenção e conservação para visitar o Salto de la Novia de 2€ por pessoa.

Recepção do passeio para o salto de la Novia, onde pagamos as entradas

Áreas de erosão em forma de caverna

Não podemos nem chamar de trilha, o caminho é bastante tranquilo, visto que grande parte dele é feito em asfalto, que leva às casas que encontramos no caminho, e os trechos onde podemos nos aproximar das quedas d'água estão bem sinalizados e seguros, com escadas e corrimãos. O passeio pode ser feito por pessoas de todas as idades, de crianças à idosos.


Mirador del Paraiso e Cascata Tío Juan

Abaixo na Cascata Tío Juan

Essa "mini" cachoeira, abaixo da Cascata Tío Juan, está localizada ao lado da estrada que leva para a cachoeira principal, e quando descemos tinha uma boa quantidade de água, como vocês podem ver na foto, mas na volta, era quase nada. Infelizmente não tirei foto pra mostrar o antes e depois, mas é como se tivessem fechado o registro de água. Um pouco estranho, não?

Cascada del Brazal, ou Salto de la Novia

Escutamos o barulho do Salto de la Novia antes mesmo de vê-la. As águas do Manancial da Esperança despencam do altos dos seus 60 metros para encontrar as águas do Rio Palancio, que a milhares de anos vem erodindo e esculpindo o vale por onde corre hoje em dia. O Rio Palancio acompanha quase o percurso todo e, existem várias áreas de banho, algumas zona inclusive com pouca profundidade, ideal para crianças.

Cascada del Brazal

A lenda do Salto de la Novia:

"A muitos anos, quando dois namorados estavam para casar-se, ele tinham que submeter-se a uma curiosa cerimônia para demonstrar perante todos que se amavam de verdade. Um tempo antes de se casar deveriam ir a este lugar onde o rio se estreita, e ali, diante de todos, a noiva deveria atravessar com um salto de uma margem à outra.

Se conseguisse era símbolo de felicidade para o futuro casamento, e demonstrava com ele, que queria fielmente à seu noivo, mas se não conseguisse, se considerava o casamento irrealizável, por acreditar que esse seria infeliz, e convencidos disso, os noivos rompiam o compromisso.

Durante muitos anos este costume causou medo em muitas noivas realmente apaixonadas, diante do terror de errar o salto ou não ter coragem suficiente para tentar. Mas um dia, há muito tempo, dois noivos cujos nomes o tempo apagou, terminaram tragicamente com esse costume. Haviam descido radiantes de alegria para demonstrar a todos que se amavam. Como sempre, as pessoas esperavam o salto com impaciência; por fim a noiva se preparou para saltar, ganhou impulso, perdeu o equilíbrio e caiu no rio com tanto azar que se envolveu em um redemoinho poderoso que estava ali e que a estava levando à morte certa.

Ao ver isso, o noivo imediatamente pulou no rio para tentar salvar a amada, mas por mais esforço que fizesse em sua tentativa desesperada, logo foi envolvido pelo redemoinho e momentos depois os dois foram engolidos pela água, e nunca mais se soube deles.

Contam que em noites de lua cheia, pelo vale se escutam suas vozes e lamentos. A cachoeira chora sua perda e o rio se converte no manto branco e puro da noiva, que acolhe ternamente sua amada, convertido em pedras."

Placa da lenda do Salto de la Novia

Cascada del Brazal

Perto da cachoeira principal, Cascada del Brazal, e dessa área de rio mais tranquilo (foto abaixo), existe uma zona de piquenique com poucas mesas e bancos, onde algumas pessoas aproveitam para passar o dia, trazendo suas comidas e bebidas, visto na que área não existe nenhum tipo de serviço.

Rio Palancia

Placa de indicação dos pontos turísticos dentro do parque

O passeio é bastante rápido, e como gostaríamos visitar umas covas em outra região, não perdemos muito tempo, além do que, estava um pouco frio, um clima nada convidativo para um banho ou algo do tipo. Como é região de montanha, e não tinha sol, já sofremos um pouquinho na estrada, pois, mais uma vez não tínhamos vestimentas corretas.

Seguimos montanha a dentro em busca das covas e o seguindo o GPS. Pegamos inclusive uma estrada de terra onde encontramos alguns aventureiros de bicicleta, e algumas casa perdidas, mas nenhum carro, e nada de movimento. Quando chegamos próximo de onde deveriam ser as cavernas, não encontramos nada, então demos meia volta e seguimos viagem.


Região onde era para ter as cavernas

Seguimos até um povoado chamado Montanejos. Nele existem umas fontes de águas termais com temperatura de 25 graus durante o ano todo. Chegamos até o estacionamento que dá acesso à entrada, e estava até vazio, mas custava cerca de 5€, e tínhamos que pagar mais as entradas, que me parece que estavam custando outros 5€ por pessoa. Olhamos de longe, e não nos animamos, o tempo não estava nada bom na região.


Pelo que li na internet, deve-se tomar cuidado com períodos de alta temporada, já que o estacionamento é pequeno e é proibido estacionar na estrada que passa perto, e também porque fica muito cheio de gente nas piscinas.


Foto da entrada dos visitantes

Vista do alto da ponte de um trecho do rio

Ainda voltamos no vilarejo para comprar um salgadinho para comer e usar o banheiro, e depois pegamos a estrada. O caminho era cheio de curvas, e no meio das montanhas me deparei com uns afloramentos de rocha lindos, os cortes de estrada mostravam um acamamento de rochas sedimentares (?) maravilhoso, e mesmo sem parar era possível observar falhas com deslocamento de camadas geológicas. Infelizmente a estrada era estreita, com muitas curvas e não podíamos parar, então não consegui nenhuma foto.


Eu tentava me distrair com a geologia e a paisagem, mas a todo tempo estava olhando para o céu, pois as nuvens estavam feias e vindo na nossa direção, e a temperatura já não era nada agradável. Não demorou e a chuva chegou! Nos demos muito mal, passamos muito frio. Não tinha lugar para paramos, tirei a canga e toalha de dentro da mochila, que eu estava carregando e cobri a mochila com uma e coloquei a outra na frente do tronco do Roger, para tentar amenizar o frio. Devemos ter pego mais de 30 minutos de chuva e frio antes de chegarmos a um posto de combustível em El Monte Blanco.


O Roger tirou a blusa e torceu, assim como torcemos a toalha e canga. Eu entrei na loja de conveniência do posto, para tentar me aquecer, aproveitei e comprei um café. Esperamos a chuva diminuir e seguimos mais um trecho, parecia que não conseguiríamos chegar ao nosso destino esse dia. Foi bastante sofrido.


Agora na estrada principal, perto do litoral e já sem chuva, paramos em outro posto pra descansarmos. Usei o banheiro e quase entrei em baixo daquelas máquinas de secar as mãos, eu tinha muito frio. Aproveitei o calorzinho ali antes de enfrentarmos o último trecho até chegarmos no hotel. Mas antes de sairmos do posto, vimos uma mulher que achando que não tinha nada na frente, quis passar para o outro lado do estacionamento e quase ficou presa no divisor de vagas. kkkk Nos divertimos com a situação.


Finalmente chegamos em Sant Carles de La Rápita. Ufa! Fomos então buscar nosso hotel. Pelo GPS acabamos parando em frente a um restaurante, perguntei e falaram que era ali mesmo, me levaram por dentro do restaurante até um balcão onde fizeram a cobrança no cartão de crédito e indicaram que eu deveria caminhar umas duas quadras para chegar no hotel, que estariam nos esperando lá.


No Hotel Plaça Vella, como fazia em alguns lugares, eu entrei de capacete mesmo, primeiro para não ter que carregar, e segundo para não precisar colocar a máscara. O rapaz da recepção falou que eu deveria tirar e colocar a máscara. OK! Pegamos nossa chave e subimos para nos aquecermos em um banho quentinho. O hotel era bastante simples, o quarto e banheiro grandinhos, mas bastante simples (razoável). A noite ouvíamos tudo do quarto ao lado, e como chegaram de madrugada, nos acordaram com risadas e conversas.


Uma cidade litorânea com cerca de 15 mil habitantes, e pela hora, foi bastante difícil encontrar um lugar para comermos algo. Mas acabamos entrando no La Bodega, e não tinha ninguém. A comida deixou muito a desejar, um bolinho que pedimos e foi esquentado no micro-ondas, e camarões que foram descongelados na hora e vieram com água no prato... O vinho que pedimos também não tinha e tivemos que escolher outros, uma taça para cada um.


Depois saímos para conhecer a cidade, e não demorou muito para vermos que não tinha nada, mas estava bem organizada e limpa. A praça onde estava a igreja principal tinham vários restaurantes, que vimos abertos mais tarde, e o movimento era relativamente grande.


Como havíamos comido pouco, paramos para dividir mais um kebab no Döner Kebab. Sentamos nas mesas de plástico que tinham do outro lado da rua, em uma vaga de estacionamento de carro e nos deliciamos com o generoso sanduíche que nos custou super barato. Depois fomos dormir e descansar.


Carrer d'en Gorria en Sant Carles de la Rápita

Plaza Carles III

Pela manhã fazia frio, para quem está acostumada com mínima de 23 graus, acho que deveria estar uns 20 graus, e não tínhamos roupas adequadas, então tínhamos que encarar do jeito que dava. Saímos para tomar café e procurar uma padaria que havíamos visto no dia anterior, mas quem disse que achamos. Então voltamos e sentamos em uma lanchonete em frente ao hotel, mas fazia frio nas mesas ao ar livre e a mulher demorou muito para nos atender, então fomos na padaria que ficava em frente, e pudemos sentar dentro.


A Carlos José Ripollés Eiximeno é uma gracinha, e tem boas variedades de pães e bocadilhos para o café da manhã. No dia tinha apenas uma pessoa atendendo, mas como estávamos dentro, e o atendimento foi bom, aguardamos, e não demorou muito. Estava tudo muito gostoso e caprichado, gostamos muito.


Café da manhã

Carlos José Ripollés Eiximeno, padaria

Com frio, seguimos para o último dia de viagem.... Caminho até Castelldefels! Vamos?!

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